São apenas gavetas
(Ouça a música enquanto lê)
E foi assim, passou de um lado para o outro resmungou alguma palavras, mas não disse tudo àquilo que lhe perturbava. O quarto tinha apenas o barulho do ventilador, era frio. Vestia tua samba-canção azul, camisa branca e meias. Todo aquele vazio te incomodava, não havia mais o que pensar ou imaginar a não ser o que tinha acontecido durante a noite. Parou em frente à janela, prestou atenção no céu à noite. Não havia como não pensar. É a paranóia te maltratando, era a insegurança que gritava, mas não interferia o silêncio do quarto. Interferiam todos os teus pensamentos, apenas.
Futucou o canto das unhas, roeu mais um pouco. Andou de um lado para o outro mais uma vez, olhou para o celular, leu todas as msgs. Queria estar lá. Queria se mostrar presente, mas não estava. Era outro alguém. Agora, todo o barulho que não havia, lhe incomodava e ensurdecedor. Olhou mais uma vez para o relógio e o tempo passava.
Pegou o Ipod, sentou na cama. Encaixou os fones nos ouvidos. Escolheu o álbum pra lhe acompanhar noite adentro. Decidiu por "Absolution" do Muse era o que deixava tudo mais tranquilo. Tudo passava em tua cabeça, tudo era muito dolorido. Mas algo dizia "São só paranóias, Relaxa".
O relógio já marcava todas àquelas horas, que aparentemente não passavam. Todas aquelas revistas de datas passadas, todas aquelas fotos do colegial, todos aqueles vídeos na tela do pc. Já não distraia mais. A falta de estar presente, perturbava.
O telefone tocou lhe touxe o alívio imediato. Abriu um sorriso, pegou teus pensamentos e guardou dentro de uma das tuas milhares de gavetas. Aquelas gavetas que ocasionalmente são abertas. Este foi à ocasião.
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